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Uso de técnicas e materiais locais e naturais

Em nossos projetos, buscamos identificar as oportunidades locais disponíveis, tanto em termos de materiais quanto de cultura construtiva, para criar uma arquitetura alinhada à realidade e ao contexto de cada ambiente. Utilizamos materiais naturais conforme a disponibilidade local, como terra, bambu, pedra e madeira, visando reduzir o impacto ambiental da construção e criar ambientes mais saudáveis para humanos e não humanos. Valorizamos a incorporação de técnicas locais e a preservação dos saberes construtivos tradicionais, acreditando que isso contribui para construções que impactam positivamente e dialogam com a paisagem e a cultura do entorno.​​

Materiais Naturais

Zoneamento Permacultural

O planejamento de acordo com as zonas da permacultura* é uma abordagem que integra as atividades humanas aos padrões naturais de um local. Dividindo o espaço em zonas baseadas na frequência de uso e proximidade das necessidades humanas, essa metodologia organiza as áreas mais intensivas e frequentes, como habitação e hortas, próximas ao centro, enquanto as áreas menos utilizadas e mais naturais ficam nas bordas. Isso permite uma gestão mais eficiente dos recursos, evitando a dispersão desnecessária de energia (entropia).


*Permacultura é uma metodologia de design que busca criar espaços, desde residências até comunidades inteiras, onde cada elemento interage de maneira harmoniosa e produtiva. Valorizando a interconexão entre todos os componentes do sistema, essa abordagem estabelece ciclos sustentáveis de energia e benefícios mútuos.

Zoneamento Permacultural

Arquitetura Bioclimática

Desde as fases iniciais do projeto, incorporamos estratégias e recursos passivos para melhorar o conforto térmico e reduzir o consumo de energia, aproveitando os fluxos naturais do clima e do local, como a incidência solar, os padrões de vento e a topografia. Essa abordagem, que consideramos fundamental em toda arquitetura de qualidade, resulta na criação de espaços que se integram ao ambiente. Otimizamos recursos por meio das formas, volumes, materialidade, orientações de fachadas e aberturas, além do uso inteligente do espaço e da vegetação, proporcionando ambientes frescos no verão e acolhedores no inverno, reduzindo a dependência de sistemas artificiais de aquecimento e resfriamento.

Arquitetura Bioclimática

Paisagismo Produtivo

Essa prática busca não apenas criar áreas esteticamente agradáveis, mas também proporcionar benefícios tangíveis para as pessoas e o meio ambiente. Ao integrar PANCS (Plantas Alimentícias Não Convencionais) e plantas medicinais nos projetos paisagísticos, é possível não só diversificar a dieta alimentar e promover a saúde, mas também favorecer a biodiversidade e reduzir a dependência de recursos externos. Além disso, esses espaços também são projetados de forma a oferecer alimentos para a fauna local, contribuindo para a conservação e equilíbrio dos ecossistemas e colaborando com o bem-estar físico e emocional de toda a comunidade, humana e não humana.

Paisagismo Produtivo

Infraestruturas Verdes de Drenagem

Incorporamos infraestruturas verdes de drenagem em nossos projetos de arquitetura, paisagismo e planejamento rural. Essas infraestruturas gerenciam o escoamento de águas pluviais de forma sustentável, utilizando elementos naturais ou projetados para armazenar, infiltrar, evaporar ou direcionar a água da chuva. O principal objetivo é reduzir o volume e a velocidade do escoamento superficial, minimizando o risco de enchentes e a sobrecarga dos sistemas de drenagem urbanos. Além disso, melhoram a qualidade da água, promovem a recarga de aquíferos, criam habitats para a vida selvagem e oferecem benefícios estéticos e recreativos. Exemplos incluem jardins de chuva, pavimentos permeáveis, zonas de vegetação ripária, valas de infiltração (swales) e telhados verdes.

Infraestruturas Verdes

Sistemas de captação e uso da água da chuva

A integração de sistemas de captação e uso das águas da chuva nos projetos arquitetônicos é uma prática responsável e complementar a outras fontes de abastecimento. Ao armazenar e tratar a água da chuva para irrigação de áreas verdes, limpeza e descargas de sanitários, é possível reduzir o consumo de água potável e proporcionar maior autonomia hídrica para as comunidades. Em áreas urbanas, além de aliviar a pressão sobre os sistemas de abastecimento convencionais, esses sistemas contribuem para uma gestão eficiente das águas pluviais, minimizando o escoamento superficial e o impacto das enchentes.

Captação e uso da água da chuva

Telhados Verdes

Os telhados verdes são coberturas vegetadas que oferecem diversos benefícios ambientais e funcionais. Em áreas urbanas, sua principal função é a gestão das águas pluviais, pois captam e armazenam a água da chuva, retardando seu escoamento e ajudando a reduzir o impacto de enchentes. Além disso, melhoram a qualidade do ar, promovem a biodiversidade e criam espaços verdes. Na escala da edificação, além de embelezar, fornecem isolamento térmico e acústico e criam áreas de convívio e recreação, enriquecendo a experiência dos ocupantes.

Telhados Verdes

Sistemas de irrigação eficientes

Sistemas de irrigação eficientes são projetados para fornecer água de forma precisa e controlada às plantas, minimizando o desperdício e maximizando o uso sustentável dos recursos hídricos. Esses sistemas utilizam dispositivos de programação e sensoriamento para ajustar automaticamente a quantidade de água com base nas condições climáticas e nas necessidades específicas das plantas, contribuindo para a conservação da água e para a saúde vegetal. A utilização de sistemas de irrigação eficientes é importante para promover práticas agrícolas e paisagísticas sustentáveis, especialmente em regiões propensas a secas.

Irrigação

BET/TEvap

A Bacia de Evapotranspiração (BET), também conhecida como Tanque de Evapotranspiração (TEVap) ou "fossa de bananeiras", é uma tecnologia de saneamento ecológico que usa bactérias e a evapotranspiração das plantas para tratar o esgoto do vaso sanitário. Consiste em um tanque subterrâneo preenchido com materiais porosos, como cascalho e areia, onde são cultivadas plantas com alta capacidade de evapotranspiração, como bananeiras e taiobas. À medida que a água é despejada no tanque, as plantas absorvem parte dela e o restante evapora, promovendo um processo natural de filtragem e purificação. As bactérias no TEVap decompõem os dejetos humanos, liberando nutrientes que as plantas absorvem sem contaminar seus frutos. Esse sistema não gera efluentes e ajuda a evitar a poluição do solo, das águas superficiais e do lençol freático.

TEvap

Círculo de Bananeiras

O Círculo de Bananeiras é uma alternativa simplificada ao sistema de Bacia de Evapotranspiração (BET) ou TEvap. Nesse método, uma cavidade é escavada no solo e preenchida com camadas de materiais porosos, como britas, galhos, gravetos e folhas. Ao redor dessa cavidade, são plantadas bananeiras, que aproveitam as águas residuais provenientes de pias, tanques e chuveiros para seu crescimento e desenvolvimento. Essa prática oferece uma solução acessível e de baixo custo para o tratamento de águas residuais, além de fornecer um ambiente propício para o cultivo de bananeiras.

Círculo de Bananeira

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